segunda-feira, 27 de junho de 2011

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Não tenho falado com nenhum dos meus amigos - se é que ainda o são - sem ser com a Mariana e o pessoal do voluntariado. Por falar em voluntariado, o dia 24, em que só fui fazer três horas foi bastante estranho. Primeiro, o Doutor não foi, por isso ficámos por nossa conta, embora lá estivesse a Tânia, que é quem comanda as tropas quando o Doutor não está lá. Supostamente, o Pedro, como toda a gente lhe chama - menos eu - foi a Barcelona tratar de negócios. Deve voltar hoje, pelo que eu daqui a uma hora já o vou ver. Mas voltando ao dia 24, apesar do Doutor não lá estar, deixou um papel para mim com as tarefas que queria que eu desempenhasse, o que foi deveras estranho - coisa que as minhas colegas comentaram, infelizmente. Então, fiquei encarregue da limpeza do Sergey, um pastor alemão enorme, mas suficientemente sossegado para eu não fazer a mesma asneira que fiz com o Caramelo. Tive ainda que organizar uns papéis, pelo que estive dentro do escritório dele. Bem, devo dizer que aquilo é um luxo, mas que o Doutor não é nada organizado. Para finalizar, porque, supostamente, só lá devia ter ficado três horas, tive que esperar por umas encomendas para o Doutor e tive que as deixar com a vizinha dele, pelo que me foi dado a morada do Doutor: vive num apartamento. Não entrei lá dentro, como é óbvio. Deixei as encomendas com a vizinha: uma senhora odiosa, que me fez um interrogatório de quase meia hora. Perguntou-me se eu era irmã do Doutor ou filha, mas eu disse-lhe que não e que também não tinha idade para ser filha dele - bem, não queiram saber a cara que a mulher me fez. Bom, foi uma hora e meia a mais que fiz. Não me vou queixar ao Doutor, mas não percebi por que é que ele não pediu a outra pessoa para fazer de assistente pessoal dele, tendo em conta que sabia que eu só ia fazer três horas naquele dia. De qualquer maneira, qualquer pessoa vai fazer a pergunta por mim; possivelmente, a Margarida.
Quanto ao Gonçalo e ao João, o primeiro não o vejo há dias, também porque ainda não fui lá a casa visitar o quarto da Joana; o segundo está zangado comigo, porque pensava que queria ficar com ele. Tendo em conta que acabei com o Gonçalo por causa dele, não o censuro, mas a verdade é que achei que ele tinha percebido que não estou com cabeça para ficar com ninguém. Aliás, nem com paciência para ir para o centro estou, mas enfim. Só espero que a Guida não se lembre de questionar o Doutor sobre o que se passou no dia 24. Não estou com paciência. Além disso, sinto que foi um voto de confiança - ainda por cima, eu pensava que ele não gostava de mim. Vou rezar para que ninguém se tenha sentido injustiçado, já que a única que ficou a perder fui eu.

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