sexta-feira, 27 de maio de 2011

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Estive a falar com a Sara. Mas não consegui arrancar-lhe nada, nem uma lágrima. Por outro lado, o Francisco chorou na aula de Biologia. Não vi, porque não sou da mesma turma - foi a Rita que me contou. Só sei que houve imenso pessoal que se fartou de rir. Se a Joana estivesse aqui tinha-os calado a todos. De qualquer maneira, não está, mas o Gonçalo quer ir visitar a campa da irmã, mais tarde. É a primeira vez desde que a Joana morreu que ele a quer ir ver. Estou contente por ele, mas não tenho a certeza de já ter ultrapassado a sua morte. Quando falo sobre a Joana, ele mantém-se em silêncio e, apesar de fingir que me está a ouvir, sei que, nesses momentos, viaja para um sítio bem distante deste. O pior é que me custa estar perto dele, porque me relembra a irmã: os cabelos louros, os olhos azuis, o mesmo sorriso, os mesmos gestos, o mesmo grande coração. Não sei quanto mais tempo vou conseguir viver assim. Nem o facto do Verão estar a chegar me anima. Já passaram quase seis meses - continua a parecer que foi ontem. Estou esgotada. Só gostava que ela estivesse aqui, para sermos as inseparáveis outra vez. Marijuana e Nês, lembras-te? 

1 comentários:

Mafalda disse...

Gostei bastante do blog, vou seguir*

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